Território e políticas públicas
reflexões sobre a construção de práticas capazes de incidir sobre a iniciativa da violência letal contra jovens no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.59901/2318-373X/v22n3a5Palavras-chave:
Juventude, Políticas públicas, TerritórioResumo
O Atlas da Violência 2020 apresenta que, apenas em 2018, 30.873 jovens foram vítimas de homicídios no Brasil, o que significa uma taxa de 60,4 homicídios por 100 mil jovens e 53,3% do total de homicídios do país. Destaca-se que 75,7% das vítimas de homicídios eram negras. Ao analisar as taxas de homicídios entre 2008 e 2018, os dados do Atlas da Violência demonstram ainda que as taxas de homicídios apresentaram um aumento de 11,5% para os negros, enquanto para os não negros houve uma diminuição de 12,9%. Diante da histórica manutenção dos homicídios contra a população negra no Brasil, toma-se como um imperativo a implementação de políticas públicas que contribuam para a transformação dessa realidade. Considerando meu trabalho no campo da segurança pública, sobretudo a atuação como técnica na condução da implementação do Programa Fica Vivo! em uma localidade do município Belo Horizonte, busco apresentar neste artigo uma investigação inicial sobre as interfaces existentes entre território e políticas públicas na criação de práticas capazes de incidir sobre a iniciativa da violência letal contra jovens no Brasil. Constituir políticas públicas territoriais que comportem tanto os conflitos inerentes ao convívio social, quanto o dever do Estado, a responsabilidade de todos(as) e a de cada um(a) na garantia de direitos é um desafio constante do trabalho de composição de outras formas de convivência; formas que permitam vislumbrar a crescente improbabilidade da guerra e da morte e, desse modo, a constituição cotidiana de uma política democrática voltada para a proteção universal e equânime da vida.
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