A esquerda depois da social-democracia

libertação e calor

Autores

  • Roberto Mangabeira Unger Harvard University
  • Carlos Sávio Teixeira
  • Roberto Dutra

Palavras-chave:

Esquerda, Social-democracia, Desenvolvimento institucional

Resumo

Em entrevista de duas horas de duração, concedida em 22 de maio de 2023, no hotel onde estava hospedado em São Paulo (SP), o filósofo Roberto Mangabeira Unger, professor da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, detalha sua visão sobre o tema deste dossiê: a crise da esquerda e sua superação. Para começar, define o que entende por esquerda e direita no contexto contemporâneo – alocando entre os conservadores os que acreditam que os interesses coletivos devam ser perseguidos “dentro da ordem institucional existente”. Frente à inviabilidade da outrora sonhada revolução, aponta a ausência de caminhos legada pelo tudo ou nada associado à tradição marxista. É ácido na crítica à postura “açucarada” da esquerda rendida aos benefícios pontuais compensatórios e de olhos fechados a mudanças estruturais, que para ele são acima de tudo institucionais. E propõe os termos de uma agenda voltada para o desenvolvimento da sociedade brasileira em contexto de desindustrialização e para sua contribuição à civilização. O “calor” que faria falta à social-democracia europeia, por exemplo, não há de vir da nossa tradição de afetos familiares, historicamente usada para lubrificar desigualdades; para o filósofo, essa efervescência há de vir da imaginação institucional nos campos econômico e político. “A imaginação é que cria essa excitação. Ela afasta o fenômeno e vê o fenômeno sob o ângulo de variações possíveis. Ela ateia o fogo”, aposta. Leia a íntegra da entrevista, concedida aos professores Carlos Sávio Teixeira e Roberto Dutra, organizadores do dossiê.

Biografia do Autor

  • Roberto Mangabeira Unger, Harvard University

    Filósofo, professor da Universidade de Harvard (EUA).

Referências

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Publicado

2023-11-17