Estratégias de engajamento e ativismo político religioso na Igreja da Comunidade Metropolitana do Rio de Janeiro (ICM-Rio).
Palavras-chave:
Religião, ativismo político-religioso e diversidade sexual.Resumo
Este artigo pretende compreender os nexos entre religião e ativismo político religioso a partir de processos de mobilização e engajamento de sujeitos inseridos na Igreja da Comunidade Metropolitana no Rio de Janeiro (ICM-Rio). Procuramos entender as formas de atuação da ICM-Rio tendo como recorte temporal os anos de 2018 e 2019. Contextualizamos o campo de pesquisa a partir da trajetória da instituição religiosa pela cidade do Rio de Janeiro, destacando como as experiências nesse percurso mobilizam suas estratégias de atuação a partir das atividades Chá das Drags e seminários teológicos e acadêmicos tendo em vista o engajamento dos sujeitos inseridos na ICM-Rio. Tais elaborações têm relação com as dinâmicas históricas atuais, permeadas por pautas morais consideradas neoconservadoras que vêm ganhando destaque na conjuntura política e social. O pano de fundo que transpassa o recorte temporal da pesquisa se dava pela ascensão nacional do então deputado federal Jair Messias Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL-RJ), no pleito eleitoral da Presidência da República, em 2018. Esse contexto, permeado pelo receio do retrocesso no campo dos direitos humanos, é apresentado através dos cultos que versavam sobre a conjuntura política e social e sobre as pautas coletivas de atores evangélicos no espaço público. A prática de atuação engajada da ICM-Rio assume seu ativismo político-religioso por meio da gramática universalista dos direitos humanos ao enfatizar a linguagem dos direitos sexuais e reprodutivos, em prol da diversidade sexual.