Lidando com fronteiras móveis

um estudo sobre as táticas de mobilidade urbana de brasileiros em Londres

Autores/as

  • Gustavo Dias, Dr. Professor de Sociologia no Departamento de Política e Ciências Sociais da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e pesquisador membro do grupo de pesquisa Mutum (Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Migrações e suas Interfaces)
  • Carla Nadinne Souza Mestranda em Desenvolvimento Social pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social (PPGDS) da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e pesquisadora membro do grupo de pesquisa Mutum (Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Migrações e suas Interfaces).

Palabras clave:

Fronteiras Internas, Brasileiros Indocumentados, Londres

Resumen

Este artigo explora como migrantes indocumentados lidam com as fronteiras móveis do Reino Unido (RU) enquanto vivem em Londres. Através de uma reflexão acerca dos conceitos de fronteiras internas, deportação, cidadania e mobilidade, nossa proposta é contribuir para o campo de estudos migratórios e de fronteira. Com base em dados colhidos em trabalho de campo realizado com brasileiros indocumentados em Londres, propomos superar uma perspectiva exclusivamente focada em políticas migratórias e/ou voltada para a análise de fronteiras em si. Nosso estudo revela como migrantes brasileiros taticamente desenvolvem formas particulares de mobilidade ao longo da tecedura urbana da cidade com o intuito de escapar do controle de fronteiras realizado por agentes da imigração do Home Office. Reconhecemos que migrantes indocumentados precisam, diariamente, assegurar sua existência com as fortes fronteiras móveis do RU. Almejando viver em uma cidade multicultural, onde os controles de identidade são uma prática social que permeia o cotidiano, brasileiros não documentados têm de negociar constantemente sua existência, através das fronteiras móveis de Londres, para não serem denunciados por seu status migratório irregular.

Publicado

2019-05-30