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entrevista a Paulo Gracino de Souza Junior por Janine Targino e Sara Freitas
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A laicidade brasileira, posta à prova nos últimos anos pela ativa presença pública evangélico-pentecostal, não é melhor nem pior do que a de nenhuma outra nação: é apenas a que corresponde ao processo histórico próprio do Brasil. A observação é do sociólogo Paulo Gracino de Souza Junior, também atento ao fato de que a influência da religião na vida pública brasileira não é novidade desses tempos de visibilidade pentecostal, mas remonta à histórica relação da igreja Católica com o Estado no Brasil. Para Gracino, não é possível desconsiderar o peso que teve a Teologia da Libertação sobre a constituição das bandeiras da esquerda, incluindo o PT, o PC do B e os movimentos sociais. Mas, em sua visão, há um aspecto novo: diferentemente das antigas pastorais católicas progressistas, as igrejas evangélicas não têm uma ideia de transformação da periferia como um todo, mas sim uma proposta de transformação individual, que é “menos hercúlea”. Longe de lutar contra, o neopentecostalismo tira força do processo de atomização e aparente caos que domina as periferias e traduz isso em uma dicotomia entre salvos (que vão triunfar sobre o mundo) e não salvos. Professor do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), Paulo Gracino coordena o Comitê de Pesquisa em Sociologia da Religião da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS). Confira a entrevista concedida às professoras Janine Targino (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, da Universidade Candido Mendes) e Sara Freitas (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, UFRB).