Mulheres negras periféricas
a cobrança pelo espaço na literatura
Palabras clave:
Poesia, Mulher negra, IdentidadeResumen
Este artigo visa discutir a emergência de uma voz feminina silenciada histórica e socialmente — a voz do Outro —, na medida em que carrega também as marcas da negritude e aparece associada aos territórios periféricos. Essa voz ganha espaço por meio da produção em torno dos movimentos de saraus e slams (disputa de poesia) da periferia de São Paulo, projetando-se como uma voz da marginalidade em meio a outras que, há muito relegadas, haviam finalmente começado a impor seus balbucios nos “quilombos culturais” das quebradas paulistanas. A partir do recorte geográfico supracitado, escolhemos para este texto a produção literária de quatro jovens escritoras negras: Mel Duarte, Elizandra Souza, Luz Ribeiro e Jenyffer Nascimento. Pretendo analisar parte das produções dessas poetas, sinalizando que as questões acerca do feminino e da negritude convergem para a produção da imagem da mulher negra a partir de uma contranarrativa ao discurso de inferiorização da imagem do sujeito negro, bem como trazem elementos que demonstram um engajamento social em seu discurso.