Circuitos atlânticos das migrações
historicizando as migrações cabo-verdianas em dinámicas do capitalismo em África
Palabras clave:
Migrações, Cabo Verde, CapitalismoResumen
Este artigo é parte de um projeto de pesquisa intitulado “Circuitos atlânticos das migrações”, que debruça sobre as migrações cabo-verdianas. O projeto, de um modo geral, desenvolveu reflexões sobre procedimentos que desvelam veredas e apontam sentidos da transformação histórica e os modos como diferentes sujeitos se situam no processo da cabo-verdianidade. Neste artigo eu faço um exercício de historização das migrações cabo-verdianas ancorado aos desdobramentos e os efeitos do capitalismo em África. Para o seu desenvolvimento priorizei o universo de publicações sobre as migrações em Cabo Verde. A partir de um exaustivo levantamento, procurei mapear as vivências migratórias de cabo-verdianos coagidos a encontrar formas de sobrevivência em outras paragens. Nos documentos mobilizados estão expostos os dilemas que pautam tomadas de decisões dos cabo-verdianos, referentes à partida para as experiências migratórias no estrangeiro, e as peripécias que marcam as suas vivências em países estranhos, patentes no silêncio e no descaso para com essas comunidades em instalação. Esse universo documental possibilitou uma antevisão das vicissitudes do cotidiano dos migrantes cabo-verdianos nos mais variados destinos das migrações cabo-verdianas. Problemas que, em meu entendimento, emanam do capitalismo que, em seus distintos modos de atuação, desestruturou modos de sobrevivências e processos relacionais consolidados em regiões como a África, forçando os seus habitantes a novas conformações em contextos bastante adversos. Corolário disso, é que o conjunto dos países que integram essas regiões foram remetidos para a periferia das relações entre as nações.