Quarenta anos de Maíra

revisitações

Abstract

Em “Indianismo revisitado”, Walnice Nogueira Galvão situava Maíra, publicado em 1976, na linha da tradição da literatura brasileira que tinha o índio como tema. Durante a leitura do texto da ensaísta, o que se verifica é que o romance do antropólogo inaugura um modo diferenciado de focalizar a questão indígena: “fragmentação do foco narrativo e multiplicação dos narradores, cada um com sua dicção própria (...); adiciona mitos indígenas, relatórios oficiais, documentos de governo, cartas das personagens envolvidas, e um enredo em tempo presente” (GALVÃO, 1981, p.183). O romance mostra o índio sob o olhar de sua cultura; conjuga experiência antropológica e invenção/criação. Congrega, paradoxalmente, mito e História, em um texto que tem a memória como propulsora. Promove, ainda, o contraponto entre os modos de dizer dos índios e os dos ditos civilizados.