Tecendo corporeidades e destecendo o cartesianismo

sobre conhecimento, política e corpo na Universidade

Autores

  • Celia Collet UFF

DOI:

https://doi.org/10.59901/cwj5z150

Palavras-chave:

Ações afirmativas, Corporeidade, Pensamento corporal

Resumo

Neste artigo abordo o tema da reativação do corpo como espaço de política e conhecimento. Ao colocar ênfase no pensamento corporal podemos desfazer o feitiço cartesiano que criou o corpo-máquina e o isolou da dimensão estético-política para que funcionasse como peça de produção. Esta abordagem se faz necessária nos dias atuais, quando, através das políticas de ação afirmativa ingressam na universidade indígenas, quilombolas, pessoas negras e periféricas, trazendo consigo seus “corpos pensantes”. Sua chegada é uma grande oportunidade para esta se abrir para epistemologias e ontologias diferentes do cartesianismo que ainda reina. A diretriz epistemológica do saber acadêmico é ainda aquela eurocêntrica que vem das transformações ocorridas na fundação da sociedade moderna, a qual foi sistematizada pela filosofia de Descartes. Esta tem como seu eixo principal esvaziar o corpo de sua potência através de uma verdadeira guerra contra os saberes corporais. A existência a partir da mente isolando a corporeidade como saber e como força política. Tratarei o tema através de conceitos como “pensamento praticado”, “entrecorporalidade” e “lógica do sensível”, e também da abordagem de experiências artísticas contemporâneas que colocam estética, conhecimento e política em interação, vivenciando o corpo como lugar do assentamento do pensamento e da criação.

Biografia do Autor

  • Celia Collet, UFF

    Doutora em Antropologia Social pelo Museu Nacional - UFRJ, professora de Antropologia na Faculdade de Educação da UFF

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Publicado

2024-11-15