Bacabal, um século: a hegemonia do atraso
DOI:
https://doi.org/10.59901/v1vnjj08Palavras-chave:
Autoritarismo, Oligarquia, PolíticaResumo
Em 2020, o município de Bacabal completou 100 anos. Além da festa, essa data requer dos munícipes uma séria reflexão sobre o desenvolvimento econômico e social desse município que fica cravado no coração do Maranhão, a 240 quilômetros da capital São Luís. Assim buscamos, neste artigo, um enquadramento teórico de sua história política, a partir de bibliografia especializada. O que sobressai de nossa análise é uma estrutura autoritária, composta de práticas patrimonialistas, clientelistas e corruptas. Herdada do período colonial, essa estrutura vem sendo sedimentada por oligarquias que se revezam no poder. Assim, a política do atraso é utilizada como instrumento de poder das elites locais. Enquanto o Brasil experimenta um avanço democrático de suas instituições há, no mínimo, 30 anos, em Bacabal, essa transformação não se realiza, por conta dessa política do atraso, que vai cerceando a ação de partidos e movimentos progressistas. Por causa dessa política, os bacabalenses vivem numa democracia de fachada, cujas hegemonias políticas capitaneadas por oligarquias controlam o município, reduzindo as oportunidades das pessoas e concentrando renda, ou seja, mantêm Bacabal em um estágio contínuo de subdesenvolvimento. Mas, através de entrevistas semiestruturadas, descobrimos que, apesar dessa estrutura opressora, os cidadãos resistem de várias formas, especialmente falando abertamente sobre tal opressão.