Bacabal, um século
a hegemonia do atraso
DOI:
https://doi.org/10.59901/2318-373X/v23n1a6Palavras-chave:
Autoritarismo, Oligarquia, PolíticaResumo
Em 2020, o município de Bacabal completou 100 anos. Além da festa, essa data requer dos munícipes séria reflexão sobre o desenvolvimento econômico e social desse município, que fica cravado no coração do Maranhão, a 240 quilômetros da capital São Luís. Assim buscamos, neste artigo, um enquadramento teórico de sua história política, a partir de bibliografia especializada. O que sobressai de nossa análise é uma estrutura autoritária, composta de práticas clientelistas e patrimonialistas. Herdada do período colonial, essa estrutura vem sendo sedimentada por oligarquias que se revezam na administração de Bacabal. Trata-se, pois, da política do atraso, que é utilizada pelas elites locais como instrumento de poder. Embora diversos municípios tenham experimentado um avanço democrático de suas instituições há, no mínimo, 30 anos, essa transformação não se realizou em Bacabal, por causa da política do atraso, que foi cerceando a ação de partidos e movimentos progressistas. Em razão dessa política, os bacabalenses vivem numa democracia de fachada, na qual as oligarquias que controlam o município reduzem as oportunidades das pessoas e concentram renda, mantendo Bacabal em um estágio contínuo de subdesenvolvimento. Mas, através de entrevistas semiestruturadas e de fontes históricas, descobrimos que, apesar dessa estrutura opressora, os cidadãos resistem de várias formas, especialmente falando abertamente sobre tal opressão.
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