Movimentos suprapartidários x partidos políticos
parceria ou desafio
Palavras-chave:
partidos políticos, movimentos suprapartidários, renovação políticaResumo
Surgem no Brasil, a partir de 2016, diversas organizações que atuam na arena política com um “selo” de renovação política sob a lógica suprapartidária com propostas de qualificar lideranças políticas e, consequentemente, o debate político e a qualidade da representação. Nas eleições seguintes, em 2018, 29 deputados oriundos desses grupos foram eleitos para a Câmara de Deputados, legitimando a atuação dessas organizações por via institucional e preocupando diferentes atores políticos, acusando-os de atuarem como “partidos clandestinos” e de facilitar burlar regras eleitorais e partidárias basilares para o funcionamento democrático Brasileiro. Os partidos são organizações centrais nos regimes políticos, com funções e objetivos estabelecidos, e passaram por diversas transformações, sendo capazes de sobreviverem às revoluções, guerras e alterações na sociedade. Diante dessa nova configuração de atuação na arena política nacional, este artigo tem como objetivo investigar esses agrupamentos suprapartidários, buscando compreender o seu papel em relação aos partidos estabelecidos, se atuam de forma correligionária ou se são de fato adversários na arena política nacional. A pesquisa adota metodologia qualitativa com entrevistas em profundidade com lideranças dos movimentos suprapartidários, seguidas de análise de conteúdo. As conclusões indicam que essas organizações impõem desafios aos partidos ao priorizar a formação política de candidatos, mas que sua atuação tem sido mais no sentido de formar atores qualificados para atuação na arena legislativa.