Humanidade disputada
sobre as (des)qualificações dos seres no contexto de “violência urbana” do Rio de Janeiro
Palavras-chave:
Violência urbana; Polícia; Ação coletiva; Arenas públicas.Resumo
O problema a ser discutido neste texto consiste na compreensão das dinâmicas de (des)qualificação do “estado de humano" que marcam o contexto carioca e fluminense de “violência urbana”. Buscamos compreender os modos de qualificar e desqualificar determinados atores como “humanos”, especificamente em situações nas quais a “violência urbana” é direta ou indiretamente problematizada. Para tanto, realizamos, neste artigo, um primeiro exercício de aproximação e de articulação com os principais modelos teóricos da “violência urbana” desenvolvidos no Rio de Janeiro. Iniciaremos essa exploração estabelecendo um diálogo mais estrito com a perspectiva de Luiz Antônio Machado da Silva e com membros do grupo de pesquisa por ele coordenado, o Coletivo de Estudos sobre Violência e Sociabilidade (Cevis), do qual somos também integrantes. Além disso, tomando por base nossas pesquisas de campo, realizadas ao longo dos últimos dez anos, conjunta ou separadamente, procuramos retomar esses modelos teóricos, dando ênfase às situações em que os atores são apresentados em público como seres que se encontrariam na borda da humanidade.