Sociologia cosmopolita com sotaque latino-americano
DOI:
https://doi.org/10.59901/2318-373X/v24n2Palavras-chave:
José Vicente Tavares dos Santos, Sociologia do conflito, Sociologia da violênciaResumo
Ele é um andarilho pelo mundo, sempre disposto a aprender coisas novas, e foi entrevistado por um trio de ex-alunos(as) que se reuniam, na década de 1990, na sala 210 do IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas) no Campus do Vale da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre. José Vicente Tavares dos Santos é professor titular aposentado daquela universidade, onde continua colaborando com os programas de pós-graduação em Sociologia e em Segurança Cidadã. “Há nove (mestrados) no Brasil em segurança pública, mas o nosso é o único que tem esse nome”, orgulha-se. Nesta entrevista, em formato de bate-papo com as professoras Luciane Soares da Silva (Uenf), Rosimeri Aquino da Silva (UFRGS) e o professor Alex Niche Teixeira (UFRGS), José Vicente Tavares dos Santos fala de sua trajetória acadêmica, dos dilemas da segurança pública e de fatos históricos do presente e do passado. Sobre o futuro, tempera as angústias e incertezas com pitadas de ponderação e otimismo. Aos 14 anos, já tinha lido a literatura brasileira do século XIX. Viajou de carona até Montevidéu e Buenos Aires, a Machu Picchu, La Paz, Lima e Santiago do Chile, sempre comprando livros. Como jovem estudante, foi selecionado para passar um mês e meio na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Apesar da bagagem e da aposentadoria, enxerga-se como um aprendiz: “A gente precisa buscar algo novo, se não a gente acha que já sabe sobre o tema, e isto é uma grande ilusão”. Confira a entrevista, transcrita com um mínimo de intervenções da edição e aprovada pelos participantes.
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