Esquerda e instituições: Marx, Foucault e Mangabeira Unger
Palavras-chave:
Esquerda, Instituições, Marx-Foucault-UngerResumo
Este artigo examina e critica as bases intelectuais que sustentam a compreensão da esquerda sobre instituições. Defende que a tradição dominante neste campo exprime concepção negativista acerca do fenômeno institucional. Toma a obra de Karl Marx como o paradigma principal dessa perspectiva, que sustenta um entendimento unidimensional acerca das instituições como tradução dos interesses das classes dominantes (seção I). Analisa a atualização dessa abordagem nas concepções de Michel Foucault, marcadas pela tese de que toda institucionalização da modernidade é pautada a partir do modelo disciplinar das prisões (seção II). Conclui, a partir daí, que ambas as posições, a de Marx e a de Foucault, compartilham a falta de realismo e são desprovidas de imaginação, embora reconhecendo no pensador alemão uma orientação macro e no intelectual francês uma visão micro. Argumenta, por fim, que há outra perspectiva, que toma as instituições como instrumentos promissores de inovação, casando realismo analítico com imaginação programática de alternativas, ideia apresentada de forma exemplar na teoria social do filósofo brasileiro Mangabeira Unger. Nela estão combinados os planos macro e micro de organização e funcionamento das instituições (seção III).
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