As presenças femininas nas poesias de Alda Lara e de Alda Espírito Santo
Palavras-chave:
Representações femininas, África, Alda Lara, Alda Espírito SantoResumo
A literatura colonial e a literatura nacionalista africana escrita por homens tenderam a representar a mulher africana e o “feminino” através dos mesmos símbolos territoriais e naturais e dos mesmos estereótipos de feminilidade. Ela era apresentada enquanto elemento vulnerável, violentado, violado, sem capacidade de autodefesa e, como tal, à mercê da salvação masculina. Descrita, sobretudo, pelas componentes físicas, ela era aproximada de forma sensual e simbólica ao território desejado, África. Tomada como ser alienado, a mulher via o seu engajamento diluído numa poética que celebrava os homens como defensores do povo e do espaço. Contrariando esse discurso, as poesias de Alda Espírito Santo (São Tomé e Príncipe) e Alda Lara (Angola) não só ampliam as representações femininas africanas na literatura nacionalista, como destacam o papel da mulher na afirmação do povo negro de todo o mundo e na luta pela independência dos seus países.