Sertão-sertões
uma questão de ficções?
Palavras-chave:
Sertão, Controle do imaginário, Experiência, Pulsão de ficçãoResumo
A proposta deste ensaio é refletir sobre a relação entre “experiência” e “fantasia” no processo de elaboração discursiva do espaço do “sertão”. Dois conceitos são centrais para pensar este processo: “controle do imaginário” e “pulsão de ficção”. Dessa forma, o sertão se apresenta como resultado de uma longa experiência histórica, social e ficcional. É pela “pulsão de ficção” que temos a reelaboração da experiência na constituição dos discursos
relacionados ao espaço do sertão. Tal procedimento torna-se perceptível quando observamos as representações cartográficas dos séculos XVI e XVII. Além disso, o sertão foi um espaço constituído por diversos discursos e, não raro, apresenta imagens negativas, sendo reduzido à pobreza, seca, miséria e barbárie. Dessa maneira, percebemos que tal processo de elaboração discursiva remonta aos primórdios da colonização e pode ser observado nos mapas, cartas e
descrições dos primeiros cronistas. É justamente a relação entre “experiência” e “fantasia” que irá plasmar o sertão enquanto pura negatividade. Por esse motivo, compreendo o “controle do imaginário” como processo objetivo que visa reconstituir o amplo espaço da experiência.