As “Olgas Benário” que não fazem chorar

a maternidade na prisão

Autores

  • Maria Helena Petrucci

Palavras-chave:

maternidade na prisão, separação dos filhos, desarticulação familiar

Resumo

O artigo analisa as diferentes dimensões da maternidade na prisão, tema ainda pouco estudado. Nas seções iniciais, a partir de diferentes abordagens teóricas, se discutem questões de gênero e suas relações com o chamado “amor materno”, em contextos onde ocorre – como nas prisões – a separação entre mães e recém nascidos. A análise dos nascimentos, separações e visitas dos filhos - realizados nas seções seguintes - baseiam-se em pesquisas empíricas realizadas na Unidade Materno Infantil (U.M.I.), instituição prisional que abriga todas as presas do estado do Rio de Janeiro com recém-nascidos até completarem seis meses. Essas presas são duplamente castigadas: perda da liberdade e culpa por estarem longe dos filhos. Ao separar mães de filhos, o Estado agrava as desarticulações familiares e contribui para incrementar a exclusão, em contradição com os objetivos formais da gestão penitenciária.

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Publicado

2013-11-10

Edição

Seção

Artigos