A dimensão espacial da espera no processo de remoção e erradicação de favelas

territórios da espera em Campos dos Goytacazes

Autores

  • Teresa de Jesus Peixoto Faria

Palavras-chave:

Morar Feliz, Territórios da espera, Remoção

Resumo

A problemática da remoção como consequência de obras de viés neoliberal para implantação de grandes empreendimentos públicos ou privados, no espaço
urbano, para diferentes fins, como instalação de infraestrutura, urbanização, renovação ou reabilitação de centros históricos ou de áreas degradadas, construção de edificações de diversas naturezas e funções, inclusive habitacionais, tem sido o centro de interesse de inúmeros estudos recentes sobre cidades e metrópoles brasileiras. O programa de moradia popular Morar Feliz, da Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes, tem promovido inúmeras remoções de assentamentos precários sob a alegação de risco e vulnerabilidade social. O artigo aborda dois casos de remoção de favelas relacionados ao programa Morar Feliz: Inferno Verde e Margem da Linha. Considerando a situação de espera – antes, durante e após a remoção – a análise é desenvolvida a partir da concepção de espera e de territórios da espera, como definido por ANR-TERRIAT e de observação participante nos dois terrenos de estudo. Os objetivos são descrever como se constrói e se configura um território da espera e identificar como é habitar um território da espera.  O estudo nos indica que as condições espaciais e materiais podem agravar ainda mais a experiência da espera assim como as desigualdades socioespaciais, revelando mais uma face perversa das políticas públicas.

Downloads

Publicado

2016-11-21